sexta-feira, 28 de setembro de 2007

From Wind to Motor!

Há uns anos, alguns, bastantes porventura, havia no Martim Moniz uma feira ou o que quer que seja que lhe queiram chamar, que mais tarde foi transferida para um local muito mais apropriado (?), a Praça de Espanha. Tudo com vista a embelezar aquele emblemático local da cidade. No entanto, não embelezaram nada, digo eu, que sou do contra. Bom, mas o que interessa é que havia uma feira e que essa feira, de entre as mil e uma bugiganga que vendia, vendia também discos! Vinil, naturalmente. LPs e Singles. A que ali se achava, só era comparável ao que se descobria naquela loja que havia ali para a Rua do Forno do Tijolo: A Grande Feira do Disco, onde adquiri muito do chamado “Rock Português”, da melhor ao mais bizarro, ou uma outra cujo nome não recordo na Rua do Ouro. A feira era visita obrigatória, quase diária, em busca de discos raros, perdidos na memória dos consumidores, mas apreciados pelos mais conhecedores e ainda por cima ao preço da uva mijona. Num desses dias, enquanto empoeirava os dedos percorrendo uma caixa de singles, deparei-me com um disquinho de capa monocromática, em que uns tipos com aspecto muito hippie posavam para fotografia de uma forma descontraída e menos ortodoxa. Tinha e ainda tenho o hábito de adquirir discos de bandas que não conheço, se o preço for convidativo, porque se não gostar possa usá-los para calçar os móveis lá de casa ou dar-lhe qualquer outro uso. Assim sendo, e como apesar da capa não fazer o monge, por vezes assenta muito bem a quem a usa, comprei. Chamava-se o grupo, para mim na altura desconhecido: Hawkwind. Temas incluídos: Kings of Speed, lado A, e lado B, Motorhead. Bom, há grupos que tem temas com igual nome, por isso, assim à primeira vista, nada de anormal… Disco em cima do prato, leia-se gira-discos, e dei por mim a ouvir Kings of Speed: som metálico, riffs duros, mas capeados com violinos e uma aura de espacial à mistura. Nunca ouvira tal cozinhado, mas agradou-me bastante. Lado B, Motorhead! E depois dos primeiros acordes reconheci logo o tema e veio-me à ideia a banda que já o celebrizara: Motorhead, dos Motorhead. Corri ao encontro da capa que repousava em cima de uma cadeira e olhei-a melhor! Claro, um dos que posava de forma menos ortodoxa era o nosso amigo Lemmy!!! Porra, tinha descoberto de onde era oriundo o animal! Hawkwind, não era mais uma banda de Space Rock, era a banda de Space Rock. E, desde essa altura, adquiri quase tudo o que vale a pena de Hawkwind, incluindo Hawklords. De Motorhead… continuo a comprar e a ouvir, até que os ouvidos me doam!
(imagem acima: promo de Kings of Speed, não portuguesa. A portuguesa coloco depois.) (pronto já está, é esta mesmo aqui em cima!!!)

3 comentários:

ANTONIO MELÃO disse...

Até teres ouvidos queres tu dizer...
Eu a pensar que era o único a comprar discos pela capa!
Sim lembro-me bem desse mercado, salvo erro esses lojistas foram transferidos de um mercado que ardeu... não sei se no Martim Moniz ou noutro sitio. Abraço e continua!
CM

Löst Jimmy disse...

I am a big Hawkwind fan especially the golden years of Space Ritual Opera era.

jão da silva disse...

E vão dois, Arlindo,... e vão dois. É claro que os anos Lemmy nos Hawkwind foram formidáveis - Lemmy é um gajo inteligente que soube imediatamente com quem estava a tocar e percebeu que lhe cabia a si também uma quota parte de inovação - resultado, foi um dos primeiros baixistas do Rock 60s/70s a usar double-stops no baixo, isto é , a servir-se do Ricken como se de uma guitarra ritmo se tratasse. E já agora partilho dessa emoção - quando visito um arraial de vinil, aos 47 anos, procuro sempre por raridades Hawkwind e Motorhead ( aquelas que ainda me vão escapando), e os meus filhos adolescentes já gozam comigo, "Pai olha ali outro disco do Senhor Lemmy" - "Onde? Onde?"
Stay clean!