terça-feira, 19 de agosto de 2008

MOTÖRIZER - a entrevista à Rolling Stone

P - “Motorizer” é o 20º álbum de estúdio do MOTORHEAD. Você chegou a pensar que a banda poderia chegar tão longe? R - "Nós nunca fizemos planejamento pra nada, na verdade. Muitas pessoas não acharam que chegaríamos tão longe. Você não pensa assim quando você começa uma banda - você apenas começa a trabalhar e vê o que acontece. É muito gratificante continuar por aí". P - Qual a grande diferença entre escrever e gravar álbuns agora e na época do “Overkill” ou “Ace of Spades”? R - "É como outro planeta, não é? As pessoas ficam diferentes, olham diferente, fazem coisas de um modo diferente, filosofam diferentemente sobre sua fé. Isso é diferente. E elas não mudaram para melhor, você sabe? (risos) Não é engraçado como as coisas nunca mudam para melhor? Nós aperfeiçoamos as coisas, e elas sempre pioram!" P - As letras em "The Thousand Names of God" tem como o tema a guerra. Quais os seus pensamentos sobre a situação atual no Iraque? R - "É uma puta bagunça. É outro Vietnã - uma guerra que você não pode vencer porque não consegue lutar contra um inimigo que você não consegue ver. Qualquer um nesse país pode ser um inimigo. Você não pode atirar em todos, portanto, você tem que ir embora. Nós deveríamos nunca ter ido lá em primeiro lugar. Digo, você pode dizer: 'Saddam é um imbecil', o que certamente é verdade, mas ele não é uma ameaça para América. George Bush e Colin Powell na TV disseram que ele era meu inimigo. E eu sei que ele não é. Eu irei contar uma história engraçada - para melhorar um pouco o humor - quando as forças armadas britânicas foram para o Iraque para a Desert Storm, eles não tinham uniformes de deserto, apenas aquele verde. Você sabe por quê? Porque eles venderam todos para o Iraque dois anos atrás! Não é brilhante?". O que os fãs podem esperar do set da turnê? "Eu acho que nós iremos tocar uma ou duas do novo álbum. Nós nunca havíamos tocado aqui em três anos, então o set que tocaremos ainda é razoavelmente novo para a América. Então talvez não mudemos isso - exceto botar mais uma do novo álbum". Como você compararia a platéia atual do Motörhead com a de trinta anos atrás? "São a mesma coisa. Elas são do tipo mais jovem agora, mas nós temos três gerações para mostrar pra vocês. Isso prova que estamos indo bem. Nós temos garotos de 13 ou 14 anos nos shows sem [venda de] bebida, isso é ótimo". O que você pode dizer sobre o futuro documentário "Lemmy: O Filme?" "Parece bom, não parece? Eles realmente são bons rapazes, eles são de Nova York - Wes (Orshoski) e Greg (Olliver). Eles apenas mostraram e disseram: 'Podemos fazer isso?' E nós dissemos: 'Yeah'. Eles estão conosco em três turnês agora - no ônibus e nos filmando no backstage e por aí. Eles entrevistaram uma grande quantidade de pessoas - você não imagina quantas pessoas eles entrevistaram. Pessoas que eu esqueci que conhecia". O que você sente quanto você escuta Dave Grohl, Alice Cooper e Slash te elogiando em seu documentário? "É realmente legal. É um prazer (risos). Porque todos no mundo nos deram seis meses de vida quando começamos. Então naturalmente não deixei a banda terminar antes deles calarem a boca. Acho que eles se calaram, então agora eu posso acabar com a banda? Só um exemplo (risos)!" Você é uma das poucas pessoas que pode dizer que esteve próximo tanto de Jimi Hendrix quanto de Sid Vicious. "Ambos foram ótimas pessoas comigo. Eu vi Sid brigar com outras pessoas e isso foi horrível. Hendrix era apenas um cara simpático - ele foi assassinado pelas pessoas ao seu redor, que não se importavam com ele. Não o apoiavam". Qual foi o conselho mais bobo que você já recebeu de uma gravadora? "'Tudo é maravilhoso, somos todos amigos! Nós iremos fazer todos vocês milionários'. Quando estávamos saindo da Sony, perguntamos: 'Por que vocês não nos disseram a verdade?' E nos responderam: 'Não é desse jeito que funciona'. Uma verdadeira má declaração pra ser dita de alguém no ramo da música. É imbecil. É o suficiente para acabar com a sua fé. Todos eles são assim, e não é apenas na Sony. Pessoas que conseguem que sua banda assine com uma gravadora, as deixam gravar metade de um álbum e depois põe todos pra fora do selo. Apenas para fechar a contabilidade. Eles destroem o sonho de cinco jovens pessoas. Isso realmente é desagradável - eles deveriam ser processados por isto". Entrevista à Rolling Stone - Traduzido para brasileiro por www.whiplash.net

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